segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Caras, bocas, bicos e beijos (postagem temática)

Eu não sei ao certo se está história foi realmente o meu primeiro contato com uma máquina fotográfica, mas lembro que a minha “primeira” fotografia (como fotografo) foi tirada nas férias de família no Rio de Janeiro, mais especificamente no Cristo Redentor, lembro que meus pais, irmão e mais algumas pessoas que não recordo, sentaram na escadaria e lá fui eu mostrar os meus dotes como fotografo, o que soube depois, foi que a minha “primeira” fotografia não foi muito bem compreendida, pois registrei o chão e os pés dos meus familiares.
A partir daí, desenvolvi um gosto muito especial por fotografias. Modéstia a parte, me considero um bom fotografo amador, digo isso, pois há muitas fotos de minha autoria, espalhadas pelos orkut’s amigos (a vontade de algum dia fazer um curso de fotografia, esta listando nas coisas que pretendo fazer antes de morrer).
Claro que não sou saudosista a ponto de querer de volta no tempo onde as máquinas fotográficas eram pesadas, com filmes de 12, 18, 24 ou 36 poses, com ponteiros que indicavam a quantidade de fotos tiradas, de bater duas vezes, a mesma foto, para garantir, sem contar do desespero que batia quando abríamos o “quarto escuro” da máquina. Um rolo inteiro no lixo. Nada disso me dá saudades, por mais charmoso que isso possa parecer nos dias de hoje.
Com o advento da tecnologia, as máquinas fotográficas foram reformuladas e digitalizadas. Hoje é difícil encontrar alguém que não tem uma máquina destas, nem que seja embutida no celular.
Clicou e em segundos podemos ver se a foto ficou do nosso agrado ou não. Se alguém saiu de olhos fechados, olhando para o lado, com a boca aberta, nada disso é problema, basta apagar, recompor a pose e tirar novamente, sem custo adicional.
Perdemos e muito (e também ganhamos) com essa digitalização das fotos. Perdemos o costume (ou pelo menos a necessidade) de revelar as fotos e guardar em alguns de fotografia para a posteridade (isso sim é charmoso). Hoje, tudo é armazenado nos álbuns digitais do computador, com direito a personalização, o que nos permite acessar as fotografias em formato de slides, de clipes feitos nos programas de vídeos ou repaginados com a ajuda dos editores de imagens.
É a tecnologia moderna ajudando o ser humano a existir!
Outra coisa que perdemos, é o nosso tempo, olhando certas bizarrices no álbum de fotos do Orkut alheios, por exemplo, Pérolas do Orkut, é a prova que uma máquina fotográfica, muitas vezes, pode ser uma arma contra a auto-estima e reputação de certas pessoas. Muitas vezes não precisamos nem acessar o site Pérolas para encontrar as pérolas, basta clicar no Orkut de algum conhecido ou alguma conhecida sem muita noção. Certa vez, fiz isso, entrei num álbum que de longe parecia um book fotográfico caseiro e de perto a visão do inferno moral. Uma conhecida fez um auto-book-fotográfico com direito a trocas de roupas, posições milimetricamente despojadas e comentários de amigas escrito: “linda!” “amei!” e por ai vai...
Com o acesso ao Orkut as máquinas digitais atingiram um número exorbitante de compra. As fotografias, os melhor, os flashes viraram sinais de boa festa, divertimento, felicidade e de “essa vai para o Orkut”.
Não importa o evento ou o que está acontecendo, máquinas são lançadas assim como os revolveres dos antigos duelos. É pose aqui, flash ali, uma ligeira espontaneidade acolá e isso monta um álbum do final de semana no Orkut. Tudo virou motivo para ser fotografado, tudo é motivo para registrar e mostrar que aquele momento valeu à pena. Fazendo com que nada mais vale a pena ser registrado e por fim esquecendo que há determinadas situações que devem ficar apenas registradas no coração daqueles que viram...
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Esse texto faz parte da postagem temática do blog sintonizados
Sugestão de tema: Balada

9 comentários:

Pam disse...

eu tb n tenho saudade das fotografias antigas. Apesar de saber q tendo apenas 36 poses p tirar de todo um periodo de ferias tu acaba sendo mais cuidadoso nas escolhas eu gosto de saber q posso ter milhares de fotos de milhares de momentos de alguns amados meus. Um exemplo é a KIM, minha cadela-filha. Eu tenho incontáveis vídeos dela correndo, brincando, fazendo alguma presepada.. e eu sei q ela n vai durar p sempre entao fico feliz de saber q vou ter estes subterfugios ajudando a memoria. O Cauã, meu afilhado tb.. permite q eu consiga acompanhar com os flashes grande parte do desenvolvimento dele..
fora q as fotos de orkut, bem ou mal, nos divertem neh..
bjus!!

Elisa disse...

Meu pai ainda tem uma máquina analógica que é como se fosse um outro filho. Eu adoro! Adoro regular o tamanho da abertura, a velocidade, ter que tomar cuidado para tirar fotos legais com as 36 poses disponíveis, ter que aprender a trocar o filme, mandar pra revelar e esperar com antecipação para saber como as fotos ficaram...

Mas acho que a experiência mais interessante que tive com fotografia foi a aula que tive na faculdade, um semestre de fotografia quando tiramos e revelamos nossas próprias fotos. Aquele quarto escuro com luz vermelha e cheiro de produto químico, ficar vigiando o relógio pra não passar do tempo e ver a foto aparecer diante dos seus olhos, tomando forma. É incrível!

Pena que hoje foto é uma coisa tão banal, né? Vc vai lá, clica um botão, ou nem isso! Porque a máquina já dispara quando alguém sorri... Tão sem graça. E como se foto tivesse sempre que ser sobre sorrisos...

Vinicius disse...

"Porque a máquina já dispara quando alguém sorri... Tão sem graça. E como se foto tivesse sempre que ser sobre sorrisos..."

Ótimo!

Unknown disse...

"Essa vai pro orkut!" é a frase que demarcou a banalização dos momentos vividos, e tenho dito!

Anônimo disse...

já tinha dito e repito.. a banalizaçao de qualquer tecnologia me parece, hoje, inevitável... a parte boa pode ser que, enquanto fótografos (amadores ou profissionais) teremos que nos esforçar mais por momentos melhores a serem registrados. :)

Rafael Gloria disse...

gostei bastante do modo como abriu o textoo, da sua experiência da primeira foto e depois quando disse que gostava bastante de dar uns "clics". achei até que ia enveredar por aí, mas depois foi por outro caminhoo, agora fiquei curioso, depois terá que contar mais sobre isso
hehe

abraço!

Claudia Porto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Claudia Porto disse...
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Claudia Porto disse...

Gostei muito das tuas linhas guri...vou ler com muita calma.=]