domingo, 8 de novembro de 2009

Jingle all the way

Semanas atrás eu estava andando de carro pela cidade, quando passei por uma rua e vi os trabalhadores da prefeitura organizando e agilizando as luzes de natal que enfeitaria a nossa cidade.
Não sei como estão os preparativos de natal na sua cidade, ou até mesmo, dentro de suas casas, mas aqui em Blumenau e região, tudo já pisca, brilha para esta data tão mágica que é o Natal!
Mas, peraí! Já estamos no Natal?
Os mais fervorosos anticapitalistas poderiam argumentar que o interesse de lançar os enfeite de natal e o espírito natalino goela abaixo é uma estratégia de marketing para tornar tudo mais comercial e lucrativo, deixando de lado o real sentido natalino (e as demais datas comemorativas).
Concordo! Mas o que me chamou a atenção, com este acontecimento, não foi a jogada de marketing, pois estou certo que o sentido comercial e lucrativo da coisa já está intrínseco no espírito (de qualquer festa) contemporâneo. Poderia ousar em dizer que poucos sabem ou dão valor ao motivo da comemoração do natal ou que por ser uma sociedade laica, comemorar uma festa crista pelo nascimento de Jesus Cristo, torna a coisa um tanto quanto excludente.
Entretanto o que me preocupou, ou de certa forma, me chocou, foi algo que boa parte dos humanos reclama, independente da sua crença. O tempo!
Antigamente, ou pelo menos na minha casa, era o mês de dezembro o responsável pelas mudanças de enfeites. O mês chegava e logo minha mãe começava a tirar suas caixas do fundo do armário. Composta de pinheiro, bolas, sinos, fitas e uma coisa que parecia os pompons da Xuxa e que ela insistia em dizer que era uma vela. Enfim!
Hoje não há mais está espera pelo natal, como tínhamos antigamente, longe de querer soar saudosista, mas já soando, o natal era responsável por um marco de tempo anual. Ele não perdeu esse sentido, mas este está visivelmente sendo reformulado, anos após anos. Para além da idade que temos. Não é a perda da ingenuidade que está nos fazendo perceber isto, mas a imposição das festividades.
Blumenau, como todos sabem, é a sede da maior festa da cerveja das Américas, a Oktoberfest (que acabou no dia 18/10 com uma palhinha de enterra ossos no outro final de semana). Era no final do mês de outubro que vejo a cena dos trabalhadores da prefeitura colocando as luzes. Ou seja, mal e mal enterramos a festividade da oktober e já estamos nos deitando com a festividade do natal.
Como assim, natal?
Novembro perde o seu lugar, para uma chegada antecipada de dezembro.
Mesmo que o movimento seja econômico, de tempo, querer adiantar a festividade, nos coloca em xeque.
Não podemos desligar os piscas dos monumentos e lugares fálicos da cidade, muito menos evitar entrar nas lojas que já tem os papais noéis pendurados, mas com certeza podemos fazer a mediação, do tempo, corrente dentro de nossas casas.
Ainda temos uns bons dias pela frente.
Se necessitamos de festividade. Comemorar a proclamação da república seria uma boa ideia.

Um comentário:

Pam disse...

eu percebo isto também.. mas te juro que estou vivendo em dezembro já..
dezembro e a formatura da minha irma
dezembro e as férias
dezembro e as festas..
impossível não se animar com o espírito natalino ainda em novembro! Me faz lembrar que está cada vez mais perto.. venha dezembro.. venha dezembro!
mas tenho saudade da minha ingenuidade natalina das epocas da infancia também..
e naquela época, pra mim, dezembro durava uns 2, 3 meses também.

muah!