domingo, 15 de novembro de 2009

Nádegas a Declarar

Acredito que está história com a aluna da Uniban, Geyse, vai muito mais além dos parâmetros do que está sendo falando. Penso que a agressão ao feminismo usando as armas mais arcaicas do machismo não dão conta de explicar tamanho fenômeno social.
Confesso que essa história está dando muito pano para manga. Aquela coisa, o que faltou para compor o polêmico vestido, está se desenrolando numa manifestação sem pé e nem cabeça.
A pergunta que não cala na minha cabeça é sobre o que passou na “cabeça” destas pessoas para se chocarem tanto com uma mulher de mini-saia.
No mundo onde vivo e com as pessoas com quem convivo, uma mini-saia é uma peça de roupa, usada por mulheres, geralmente no verão, para atrair os olhos daqueles que tem interesse em ver.
Ponto!
Até onde imagino ninguém que compõem a minha micro sociedade se chocaria com tamanha questão. Poderia até olhar e fazer os seus comentários, mas jamais seria devorado por tamanha moralidade.
Mas vamos falar sério. Que Geyse não tem cara de santa, isso não há dúvidas. Que ela foi para um lugar vestindo uma roupa inadequada para o mesmo, também é incontestável. Seria puritanismo demais falar que a roupa dela está apropriada para uma faculdade, pois existe o bom senso, e neste caso, não foi usado!
O paradoxo que nos deixa sem muita mobilidade para argumentar, é o fato de que não existe roupa adequada para freqüentar uma universidade. Cada um se veste a partir daquilo que acredita ser o melhor para si.
O que estou querendo dizer é que Geyse não é somente vítima da história, assim como a Universidade não é só carrasco.
Discordo plenamente da atitude da Universidade e de seus alunos protestantes. Chega ser bizarra e hilária a expulsão da aluna, mas o que mais me deixou com uma baita pulga na orelha, foi saber do show que o restante dos alunos tiveram que fazer para poder roubar um pouco a cena e conseguir dar conta daquilo que as palavras não conseguiam nomear. O chauvinismo!
Um escândalo foi armado e sem motivos cabíveis. Como pode se justificar tamanha desordem? Fazer uma manifestação, exigir linchamento e estupro da colega de faculdade, em que mundo bárbaro eles vivem?
Penso que usar o feminismo como argumento para justificar a roupa da Geyse, é um motivo para colocar em prática uma briga entre machismo e o feminismo, sem questionar o que de fato é o machismo e o feminismo, já que, muitas pessoas acreditam que o feminismo é um equivalete direto ao machismo, o que é equivocado!
Nestas horas, penso que exercer o pensamento sexista é a melhor solução, pois este, acredita que indepentende do gênero, todos são humanos e por consequencia tem seus deveres e direitos.
Defender a Geyce tomando por base o movimento feminista é um tanto quanto paradoxal, afinal de contas, a atitude de usar uma mini-saia numa universidade é machista o suficiente para colocá-la em questão. Afinal de contas, alguma participação ela teve, para além de escolher a roupa para sair.
Pois, numa sociedade onde mulheres e frutas estão dando aos quilos. Aparecer este abacaxi torna tudo mais interessante!
Escrevendo este post, lembrei de uma música* (título do post) do Gabriel, O Pensador em conjunto com a Fernanda Abreu que fala sobre a relação da mulher objeto com a sua bunda e do incentivo que a sociedade dá para que isso continue... vamos pensar nisto, também!
*Letra da Música

2 comentários:

Fran disse...

Eu acredito que os Maias estavam certos, o mundo realmente vai acabar em 2012, só pode.Voltamos aos tempos da barbárie.
E quando vejo esse tipo de coisa, eu torço pra que eles estejam realmente certo...
Beeijo meu querido.

Pam disse...

realmente.. o perigo desta discussao é cair pra um extremo ou pro outro..
a coisa fica nisto
a atitude de alunos e universidade foi exagerada? foi.
a guria estava com uma roupa inadequada? sim.
mas não podemos esquecer que estamos nos Brasil.. um país em que a lei ameniza a pena de um acusado de estupro a partir da vestimenta da vítima..
se a tal Geyse quis fazer um protesto pela livre "expressão" a partir de suas vestimentas ela foi, no mínimo, burra.