segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ponto Final.

Quem sabe era justamente isto o que agente deveria fazer. Pontuar!
Fica cada vez mais complicado traduzir em palavras o que eu ando sentindo por ti. A cabeça pesa, o corpo sente, os sentidos pedem arrego e a vontade é sempre querer mais.
Alegra-me saber que ainda quero mais. Quem sabe é isto que chamam de desejo. Algo a mais do que o destinatário - o nome próprio.
Penso que foi isto que aconteceu. O tempo todo. O tempo onde me debrucei para lhe clarear, deixá-lo do meu jeito, da forma que eu busquei apresentar. Doce engano. Jamais conseguiria mudá-lo. Questiono-me se algum dia realmente quis isto. Mudá-lo. Óbvio, nunca esperei isto de você, até porque você não seria capaz, sozinho, de tamanha transformação.
Ok! Refleti, tentei te/me mudar. Pensei em até trocá-lo. Achar substitutos, mas foi em vão. Quando percebi, projetei em outros lugares uma réplica exata. As demandas eram semelhantes. Amar! Todavia, não exigia tanta exposição. Tanto desnudamento. O que não significou que a intensidade não me expusesse, mas de outras formas.
Eu sei, não deveria falar contigo desta forma, e ainda por cima falar dos teus substitutos, assim, no teu corpo.
Mas acabou. Não me encaixo mais em você. Ou melhor, quero refazer. Você não se encaixa em mim. Não mais da mesma forma. Você tem seu valor, o carinho e respeito conquistados sempre estarão comigo. Não importa onde, com quem e porque eu esteja. O respeito vai junto, transformando tudo em saudoso carinho.
Você me amparou. Deu lugar, deu vez, deu nos dedos.
Mas, infelizmente, acabou!
Não doí te dizer isto. A sensação é de alívio. Alívio por saber que estou vivo e que bom, você não me basta mais.
Eu sei, é duro viver isto. Ser deixado de lado, quando você ainda sente esperança de um reencontro. Sim! Você pode tomar isto como um reencontro. Talvez o último. Eu disse talvez!
Nunca se sabe o que vem pela frente. Há um poeta - que não sei exatamente quem seja, e me questiono, meio a tantas informações na internet se ele algum dia existiu, se é um desconhecido e se isto é um poema, frase ou coisas afins. Não importa. O que importa é que: qualquer que tenha sido seu passado, você tem um futuro imaculado.
Futuro imaculado. É disto que estou querendo te dizer.
Ninguém o tocou, então não se pode considerar, o passado, o grande governador das coisas. Pelo contrário o passado é um presente infantil, e mimadinho.
Isto é você, um passado.
Quero novos projetos, novas expectativas, novas tentativas e tendências. Coisas novas, é disto que eu preciso. Porém contigo não dá mais. Você não me contempla mais. Você não me caracteriza. Muito pelo contrário, você pesa as significações e as futuras elaborações. Você é perigoso. Não pelo o que você é, mas por aquilo que eu te tornei a ser.
Virou imperativo.
Escrever em você virou imperativo, e isto eu não quero mais.
Te amo, pensamento avulso, mas preciso escrever em outros espaços.

5 comentários:

Lísia Máris disse...

Oao... acjei lindo, sem mais.

Leila Ghiorzi disse...

Não podia ser só um ponto-e-vírgula, uma "vamos dar um tempo, pras coisas melhorarem"?
Vou sentir falta. :(

Ana Paula Pereira disse...

Viiiiiiiiiiiini, só tu pra dar um fora em ti mesmo, justificando nos mínimos detalhes, a elegância do teu dizer!!!
Adoro pontos... ; , ?!! E o ponto final . convocou!!!

Pollyana disse...

Que pena que foi um ponto final!

may lu disse...

Olá andando por ai descobri o seu blog e não poderia passar de lado, sem dar uma olhada. Fiquei pensando como nós, a humanidades, estamos sempre nos mudando, jogando as tralhas velhas fora. Entretanto, outras tantas vezes as recuperamo-las, damos uma reciclada e seguimos em frente... “Preciso escrever em outros espaços." se cuida... Bjs